Em comunicado enviado à agência Lusa, a Direção Regional do
Alentejo (DRA) do PCP indicou que "desde há muito tempo" que tem
vindo a alertar a ARS do Alentejo para "a falta de médicos de saúde
pública" na região.
"Nada foi feito e hoje são menos de uma dezena os
médicos de saúde pública na região", sublinhou o partido, realçando que
"o surto de covid-19 é uma emergência de saúde pública de âmbito nacional
e internacional" e que "a ARS do Alentejo e o Governo terão de
assumir a responsabilidade".
Os comunistas salientaram também "os atrasos
deliberados" no lançamento do novo Hospital Central do Alentejo, a
construir em Évora, e a "não concretização da construção da segunda fase
do Hospital de Beja", assim como a "continuada depauperação" de
outras unidades de saúde na região.
A DRA do PCP considerou que a pandemia de covid-19
"atingiu de forma diferenciada a generalidade das áreas e setores da
região", mas destacou o "enorme impacto" nos trabalhadores, nos
micro e pequenos empresários e nos profissionais da cultura.
"Entre as situações mais graves, salientamos a do
Centro Dramático de Évora (Cendrev), por não poder cumprir as suas obrigações e
consequentemente perspetivar o que quer que seja", realçou, lembrando que
os trabalhadores da companhia foram "obrigados a recorrer ao subsídio de
desemprego".
No comunicado, o PCP advertiu que "milhares de famílias
viram reduzidos os seus rendimentos", aludindo ao "'lay-off' aplicado
nas fábricas da Hutchinson, em Portalegre e Campo Maior, e da TE Connectivity,
em Évora, e o despedimento de cerca de 600 trabalhadores da manutenção da
refinaria de Sines".
Segundo os comunistas, a redução da atividade, na sequência
da pandemia de covid-19, afetou igualmente "milhares de micro, pequenos
empresários, agricultores e pescadores e de homens e mulheres da cultura, que
se encontram numa situação de depauperação acelerada".
A DRA do PCP salientou que a "urgência" de serem
adotados para a região "instrumentos de planeamento e de programação"
para responder aos "problemas imediatos" e que "tenham no
horizonte uma perspetiva de resposta aos problemas estruturais".
Neste sentido, o partido defendeu a criação de um Plano de
Apoio à Base Económica e de um Plano de Emergência de índole social e económico
de caráter mais imediato, cuja elaboração deve envolver as entidades regionais.
Lusa