"Não basta a colocação em Orçamento do Estado (OE), é
necessário dar sequência aos diversos procedimentos necessários para que o
projeto arranque sem mais demoras", reclamou a Direção da Organização
Regional de Évora (DOREV) do PCP, em comunicado enviado hoje à agência Lusa.
Segundo a nota de imprensa, a construção do novo Hospital
Central do Alentejo foi um dos assuntos abordados na reunião da DOREV realizada
no último sábado, criticando a estrutura "o inqualificável atraso nos
compromissos assumidos pelo Governo do PS para a construção" desta unidade
hospitalar.
"Este atraso, que urge ser suprido, revela a falta de
vontade política do presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do
Alentejo", José Robalo, acusam os comunistas.
O responsável da ARS "tudo tem feito para contornar
esta necessidade" do avanço do projeto, "por todos reconhecida e há
muito justamente reclamada", disse a DOREV, afiançando que a adjudicação
das obras "só será uma realidade face à ação desenvolvida pela população,
pelos profissionais e traduzida na proposta e iniciativa do PCP", à qual
"o Governo precisa dar resposta".
De acordo com a versão preliminar da proposta de OE para
2021, a que a Lusa teve hoje acesso, o Governo destina uma verba de quase 26
milhões de euros para os trabalhos de construção do novo Hospital Central do
Alentejo, no próximo ano.
"Em 2021, o Governo dá prossecução aos trabalhos de
construção do Novo Hospital Central do Alentejo, num valor de 25.868.861,24
euros" pode ler-se na versão preliminar da proposta do OE2021.
O projeto do hospital, que vai "nascer" num
terreno na periferia da cidade de Évora, envolve um investimento total superior
a 180 milhões de euros -- 150 milhões de investimento, incluindo 40 milhões de
apoios comunitários, e 23% de IVA -, prevendo-se que esteja concluído em 2023.
O concurso público da empreitada foi ganho pelo grupo
espanhol Aciona e, no passado dia 23 de setembro, na Assembleia da República, o
presidente da ARS do Alentejo assegurou que a adjudicação das obras deverá
ocorrer até ao final do ano.
Nesse dia, na comissão parlamentar de Saúde, José Robalo foi
confrontado pelos deputados sobre atrasos verificados na adjudicação, que têm
motivado críticas de partidos políticos e da Câmara de Évora.
O responsável explicou que a demora se deveu a uma
"diferença em relação ao cronograma financeiro que a ARS tinha
projetado" e aos efeitos da pandemia de covid-19, mas frisou que o
processo vai ficar concluído até ao final do ano.
No comunicado divulgado hoje, ainda na área da Saúde, a
DOREV do PCP disse também que "persistem injustificáveis realidades que
urgem ser alteradas", como "postos médicos que continuam encerrados,
consultas não presenciais, atendimentos à porta ou os atrasos de consultas,
tratamentos e exames de diagnósticos".
"O Governo precisa de dar resposta à carência de
profissionais e outros meios", em especial para melhorar "as
condições da urgência pediátrica" do Hospital do Espírito Santo de Évora,
"assim como outras valências hospitalares, para que não sejam postas em
causa" as prestações de serviços, disse, exigindo a contratação de médicos
e criação de condições para a sua fixação.
Lusa