Entre os clínicos da especialidade de ginecologia e
obstetrícia que prestam serviço no hospital de Beja, há dois médicos e uma
interna infetados e dois em isolamento profilático, disse hoje à agência Lusa a
presidente da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), Conceição
Margalha.
Por isso, explicou, o hospital ficou
"temporariamente" com "falta de médicos da especialidade para
preencher as escalas" do Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia
e teve de fechá-lo no domingo às 20h00.
O serviço está fechado "de certeza" até às 08h00
de terça-feira, porque a ULSBA já sabe que até lá não tem médicos para fazer as
escalas, disse Conceição Margalha.
A situação do surto está a ser "avaliada" e a
ULSBA ainda não sabe quando o serviço poderá reabrir, o que só deverá acontecer
quando haver médicos para preencher as escalas, frisou.
Segundo Conceição Margalha, enquanto o Serviço de Urgência
de Ginecologia e Obstetrícia estiver fechado, no hospital de Beja não há
atendimento da especialidade a utentes provenientes do exterior, as quais serão
encaminhadas para os hospitais públicos mais próximos.
No entanto, sublinhou, o internamento na especialidade de
ginecologia e obstetrícia mantém-se a funcionar para as utentes já internadas
no hospital de Beja.
Segundo a ULSBA, que gere o hospital de Beja, o surto, que
foi identificado na passada quinta-feira, quando foram detetados os primeiros
seis enfermeiros do bloco operatório infetados, já provocou 30 casos de infeção
confirmados entre profissionais de saúde.
Trata-se de 13 enfermeiros, nove médicos, cinco assistentes
operacionais, dois assistentes técnicos e um técnico de diagnóstico e
terapêutica e todos têm "apenas sintomas ligeiros" e estão em
isolamento em casa.
Devido ao surto, a ULSBA reforçou as medidas de segurança e
higiene, alargou o rastreio a profissionais e decidiu realizar testes de
despiste de covid-19 a todos os funcionários do hospital de Beja, o que já
começou e deverá terminar no final desta semana.
No hospital de Beja, à exceção do bloco operatório, onde só
há atividade cirúrgica de urgência, e do Serviço de Urgência de Ginecologia e
Obstetrícia, que está fechado, as consultas de especialidade e outros atos
médicos e de enfermagem e exames decorrem "com normalidade".
A ULSBA refere que os utentes devem dirigir-se ao hospital
de Beja "com toda a confiança, mas respeitando e cumprindo as indicações
dadas".
Trata-se de indicações relativas ao distanciamento físico, à
higienização das mãos, ao cumprimento da hora da consulta ou do exame e,
"muito importante", o uso obrigatório de máscara no interior dos
edifícios do hospital de Beja.
A situação do surto "está a ser monitorizada" pela
Unidade de Saúde Pública, pelo Serviço de Saúde Ocupacional e pelo Grupo de
Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de
Resistência aos Antimicrobianos e ao abrigo do plano de contingência no âmbito
da pandemia de covid-19 da ULSBA.
Após identificados os primeiros casos, as equipas daqueles
serviços "iniciaram de imediato" os procedimentos de avaliação de
risco dos colaboradores e o pedido de testes e o isolamento dos casos
suspeitos.
Lusa